Manifesto

Vitória de Gustavo Petro na Colômbia, Capitalismo e Socialismo

Capitalismo selvagem é criminoso, mas o socialismos do Foro de São Paulo/Encontro de Puebla é tão ruim quanto. Esse povo precisa entender que a URSS ruiu, que Cuba não deu certo, que a Venezuela está vivendo um caos na economia e um caos social, que a Argentina amarga uma situação econômica desesperadora.

Eleição de Gustavo Petro na Colômbia abre a caminho para a instauração do socialismo em todo o continente

Petro foi a maior vitória da esquerda latino-americana nos últimos anos e suas consequências podem ser terríveis para todo o continente, em especial para o Brasil. Como bem definiu meu amigo Lucas Ribeiro, Petro é uma espécie de Zé Dirceu colombiano, um guerrilheiro treinado não apenas em ações bélicas convencionais, mas também um estrategista dialético conhecedor da guerra cultural, dedicado à conquista dos corações e mentes para a revolução socialista. Estamos vendo a Pátria Grande sendo reconstruída diante dos nossos olhos.

Em seu primeiro discurso como presidente eleito, Petro declarou que uma de suas prioridades será libertar os “meninos” presos por atos de terrorismo durante os distúrbios que agitaram o país no ano passado. Ele se referiu aos membros do Primera Linea – os black blocs da Colômbia – nos seguintes termos:
“Quanta gente está presa, quantos jovens se encontram encarcerados e algemados, tratados como bandoleiros só porque tinham esperança e amor. Solicito ao Fiscal Geral que libere a nossa juventude”.

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É interessante como as palavras de Petro ecoam a recente confissão do nove-dedos em Alagoas sobre o seu papel na libertação dos “meninos” sequestradores de Abílio Diniz em 1989. Como sempre, os membros do Foro de S. Paulo – ora rebatizado Grupo de Puebla – enfatizam a necessidade de libertar os criminosos, para que depois possam prender os inocentes. Estou exagerando? Olhem para a ex-presidente da Bolívia, condenada a dez anos de prisão por “atos antidemocráticos” ou para todos os adversários eleitorais de Daniel Ortega na Nicarágua.

Desnecessário falar sobre Venezuela ou Cuba. Como eu não me canso de repetir: O crime sem castigo leva ao castigo sem crime.

Alguns poderão me contestar, dizendo que as vitórias da esquerda no Chile, na Argentina e no Peru foram mais significativas. Sem dúvida, a eleição de Boric, o presidente do DCE transformado em presidente da República, foi um grande desastre, cujos efeitos o povo chileno começa a sentir agora. Mas o caso da Colômbia é mais grave.

Naquele país, houve nos anos 90 e 2000 uma mobilização conservadora inédita no continente. A nação inteira se uniu, a partir de iniciativas da comunidade local, para libertar o país que vivia sob o jugo do narcoterrorismo.

Esse movimento, que levou à eleição do conservador Alvaro Uribe para a Presidência, é descrito em detalhes pelo professor Ricardo Vélez Rodríguez em seu livro Da Guerra à Pacificação – A Escolha Colombiana, publicado em 2010.

Foi uma guerra terrível, a colombiana. Só os terroristas mataram mais de 300 mil pessoas em algumas décadas e dominaram vastas regiões do interior do país, em associação com o narcotráfico. Em 6 de novembro de 1985, os “meninos” do grupo de extrema-esquerda M-19 invadiram o Palácio de Justiça da Colômbia e fizeram 65 reféns, entre eles 23 juízes da Suprema Corte. Todos os reféns foram mortos. Gustavo Petro era integrante do M-19 e só não participou da invasão em Bogotá por ter sido preso pouco antes com armas e bombas.

Petro foi conselheiro econômico do ditador Hugo Chávez na Venezuela – e um dos maiores defensores do regime comunista no país vizinho. A situação de extrema miséria dos venezuelanos – transformados em internos de um imenso campo de extermínio socialista – tem, portanto, as digitais do novo presidente colombiano.

Outro item importante no currículo de Petro foi a articulação do infame “acordo de paz” lançado pelo ex-presidente Juan Manuel Santos, um dos maiores traidores do conservadorismo no continente. Na prática, o acordo de paz significou não apenas a reabilitação, mas a promoção de terroristas sujos de sangue para altos cargos na estrutura de poder do país. Mesmo rejeitado em plebiscito pelos colombianos – o que faz lembrar o nosso referendo das armas em 2005 –, o acordo de paz foi implementado por Santos.

Graças a isso, o Zé Dirceu colombiano pode hoje festejar sua vitória.

Desde a vitória eleitoral do presidente Ivan Duque, Gustavo Petro apostou no caos urbano. Ele liderou grupos de jovens terroristas do Primeira Linea – que incendiou a Colômbia forçando o caos social para desestabilizar o país. Petro aplicou com maestria o conceito de Revolución Molecular Disipada, do intelectual francês Félix Guattari, que consiste em chegar ao poder pela desestabilização e caos da insurgência armada.

Petro conseguiu fazer o discurso da “nova política”, da “mudança” e “antissistema” mesmo tendo aliados como Roy Barreras e Antonio Benedetti. Outra grande ação do ex-guerrilheiro foi ter conseguido montar a ideia de que lutava contra “paramilitares de extrema direita” (rótulo que podia utilizar para praticamente qualquer adversário) enquanto escondeu com competência seus vínculos com as FARC.

Há outro fator importantíssimo para a inédita vitória da esquerda colombiana: 16 milhões de eleitores se abstiveram de votar, por preguiça, niilismo ou nojinho do candidato adversário, chamado de “Trump colombiano”.

A mídia brasileira tem apresentado Gustavo Petro como candidato da “esquerda moderada”, destacando suas opiniões “progressistas” sobre meio ambiente e paz social. Esse discurso faz lembrar a Carta ao Povo Brasileiro de Lula em 2002. Mas a situação agora é totalmente diferente: Lula hoje repete o discurso radical de 1989, enfatizando o ódio e o ressentimento de classe. Lula não precisa parecer moderado; doravante, Petro também não precisará. Seu foco agora será eliminar todos os resquícios de conservadorismo que ainda existem nas instituições colombianas.

A tarefa de Petro não será fácil. Ele precisará enfrentar uma oposição forte no Parlamento, liderada pela senadora mais votada do país, Maria Fernanda Cabal. Ex-aluna de Olavo de Carvalho, uma das preparadas lideranças políticas do continente, Maria Fernanda deveria ter sido a candidata presidencial dos conservadores na Colômbia – só não o foi por conta das mesquinharias do sistema político-partidário.

Por aqui, você-sabe-quem saudou a vitória de seu companheiro Gustavo Petro como um “sinal de esperança” para o continente. Com o derretimento da “terceira via”, resta agora ao Brasil escolher entre Bolsonaro ou o crime organizado. Se ainda há alguma dúvida sobre isso, dê uma olhada no noticiário sobre o ex-contador de um ex-presidiário…

Fonte
REDES SOCIAIS ─ Paulo Briguet é escritor e editor-chefe do BSM

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