Quem são os verdadeiros Donos do Mundo?
“O mundo é governado por personagens muito diferentes do que é imaginado por aqueles que não estão nos bastidores” Benjamin Disraeli
Sempre escutamos relatos sobre a mídia ser controlada por determinados grupos. Embora frequentemente fosse mencionada uma suposta “imparcialidade” no âmbito midiático (muitas emissoras e jornais se ufanavam – alguns ainda o fazem – de sua suposta isenção) suspeitávamos dessa pretensa neutralidade.
Hoje, em virtude do advento da internet e da facilidade de acessarmos informações outrora inatingíveis, sabemos que tal imparcialidade inexiste. Por que? Ora, porque aproximadamente 90% da mídia está sob o controle de algumas poucas corporações internacionais: ViacomCBS, AT&T, NewsCorp, Fox, Walt Disney Company, ComCast, Daily Mail Group, DPG Media, Bertelsmann, etc, são proprietárias de quase todos os veículos midiáticos (jornais, emissoras de televisão, editoras, etc) aos quais acessamos em nível mundial. Mas ainda há um detalhe perturbador sobre tais corporações: todas estão sob o controle majoritário de dois grupos (stakeholders): BlackRock Inc e The Vanguard Group Inc. Qualquer concorrência é, pois, ilusória.
Além disso, como esclareci na semana passada, a maioria das notícias são planificadas, especialmente na medida em que nossos jornais, noticiários, etc, simplesmente reproduzem o que algumas poucas agências de notícias produzem. Ou seja, a tão evocada liberdade de imprensa é um mero joguete. Um dos exemplos que citei na semana passada foi a organização ‘Project Syndicate’, provavelmente a maior produtora de notícias do mundo, atingindo diretamente em torno de 156 países.
Ela e a ‘European Journalism Center” são o elo de ligação da maior parte das redes de jornais, noticiários, etc. Assim, quando, por exemplo, o âncora de algum noticiário lê o teleprompter ele muito provavelmente está lendo um texto elaborado por alguma grande organização como as citadas aqui e em meu texto da semana passada. E por essa razão existe uma espécie de “harmonia pré-estabelecida” entre os principais veículos de notícias.
Assim, em suma, poder-se-ia dizer que algumas pouquíssimas megacorporações têm o controle de todas as informações que recebemos. Em verdade, elas dominam os mais diversos aspectos de nossas vidas. Por detrás dessas corporações midiáticas há companhias que controlam diversas outras corporações. Dito de outra forma, elas controlam boa parte do dinheiro que circula no mundo (o que lhes dá um poder – mundano – arrebatador).
Vejamos alguns exemplos com os quais nos deparamos cotidianamente. Sabemos que industrias como Pepsico, Unilever, Coca-Cola Company, Mondelez e Nestlé possuem o monopólio de alimentos industrializados (“packaged food”) e bebidas. Não obstante, elas estão sob o controle majoritário das maiores companhias de investimentos do mundo, das quais se destacam as já citadas BlackRock Inc. e The Vanguard Group Inc., assim como a State Street Company e a Berkshire. Portanto, para quem julgava que havia concorrência entre empresas tais quais Coca-cola e Pepsico, repense. Embora esses sejam os nomes que lemos nas embalagens dos produtos, eles são apenas a parte visível. Seus verdadeiros “donos” não aparecem em embalagens.
Mas tais companhias não estão por detrás apenas dos conglomerados midiáticos e das indústrias citadas. O Facebook possui o WhatsApp e o Instagram. Quando os colocamos junto ao Twitter temos as maiores plataformas de rede social do mundo. A Alphabet abarca, dentre outras empresas, o Google, o Youtube e o Gmail, bem como fomenta o desenvolvimento de um dos mais conhecidos sistemas operacionais, o Android. Contudo, elas também estão submetidas às companhias citadas acima, as quais também investem no sistema IOS da Apple e na Microsoft. Se não bastasse isso, elas investem na indústria de tecnologia que nos permite ter acesso a computadores, aparelhos de televisão, celulares, etc. Ou seja, no topo da pirâmide estão as “invisíveis” BlackRock Inc., The Vanguard Group Inc., State Street Company e Berkshire. Apenas BlackRock Inc. e The Vanguard Group Inc., juntas, gerem cerca de 20 trilhões de dólares em âmbito mundial.
Isso lhes confere um poder desmesurado.
Dessa maneira, não vivemos em uma economia de mercado. Afinal, monopólios são absolutamente lesivos à livre troca/concorrência. E corporações como as citadas asseguram que não haverá livre comércio ou concorrência. Em suma, vivemos em uma economia profundamente planificada, centralizada desde as determinações dessas companhias “invisíveis”.
Portanto, dificilmente a ideia de uma “nova ordem mundial” poderia prosperar sem a aquiescência dessas corporações. E aqui eu volto a um ponto que já explorei em diversos outros textos: a visão “globalista” de uma nova ordem mundial é uma nova versão do socialismo, pois a elite mundial é socialista. Por que? Ora, porque o socialismo nunca foi sobre assegurar a ascensão dos menos aquinhoados, mas sobre garantir que a elite jamais perderia seu poder. Simples assim.
Desse modo, chegamos àqueles por detrás da ideia de uma nova ordem mundial tal como defendida especialmente por Klaus Schwab, presidente e fundador do ‘Fórum Econômico Mundial’, sobretudo quando ele se refere a um “great reset”, isto é, a um grande reinício.
De acordo com Schwab, a atual pandemia é uma “excelente oportunidade” para “resetar” nossa sociedade de acordo com um plano, o que revela claramente o aspecto planificador de uma nova ordem mundial (eles chamam de “grande oportunidade” uma pandemia que eliminou centenas de milhares de pessoas) Diferentemente de nossas instituições tradicionais, surgidas espontaneamente a partir da “consagração pelo uso”, a nova ordem mundial é planificada, planejada pelos “donos do mundo” (as grandes corporações por detrás da mídia, da indústria, das redes sociais, etc). E aqui há, também, uma sincronia na fala dos líderes mundiais visíveis: eles se referem à nova ordem mundial a partir da ideia de “build back better” (‘reconstruir melhor’). Tal frase se tornou um slogan nas falas dos principais líderes mundiais.
De acordo com eles nossa sociedade deve ser transformada a partir de uma nova ideia de sociedade. Nessa nova sociedade global, ou nova ordem mundial, os países abandonarão sua soberania em prol de um governo mundial no qual, como vemos em um vídeo do ‘Fórum Econômico Mundial’, as pessoas “não serão proprietárias de coisa alguma e serão felizes”. Não apenas isso, haverá uma única religião ecumênica, um único poder global (inicialmente coordenado pela ‘Organização das Nações Unidas’/ONU – a qual foi pensada, aliás, com esse propósito: suas raízes são claramente comunistas), etc. Na verdade, o que podemos entrever é um mundo com apenas duas classes, ou castas, a dos “donos do mundo” e a de seus “vassalos”, os quais não possuirão propriedade e serão mantidos com uma espécie de “renda básica universal”. Segundo a elite, não é sustentável todos terem acesso às benesses dos avanços civilizacionais. Por essa razão Schwab e outros líderes mundiais insistem que não voltaremos ao mundo anterior à pandemia. Viveremos no que eles chamam de “novo normal”.
Mas podemos nos questionar, por fim: quem está planejando o “admirável mundo novo” no qual estamos adentrando?
Ora, aqueles que estão no topo da pirâmide. E, embora esse projeto esteja em desenvolvimento pelo menos desde o século XVIII, seu primeiro grande passo se deu quando a elite econômica subsidiou a revolução russa, em 1917. Na verdade, a revolução bolchevique foi financiada pela elite de Wall Street (como bem o demonstrou Antony Sutton em “Wall Street and the Bolshevik Revolution”), servindo como primeiro “laboratório” para a implementação de ideias que estão em vias de ser efetivadas com o “great reset”.
Desse modo, aqui é apropriada aquela célebre afirmação de Benjamin Disraeli: “o mundo é governado por personagens muito diferentes do que é imaginado por aqueles que não estão nos bastidores”.
Não obstante, apesar do avançado estado de implementação da nova ordem mundial, já podemos ter uma visão dos bastidores e ver quem são os titereiros.
Serão eles bem-sucedidos finalmente?
Pelo bem de nossa liberdade e de nossa dignidade, espero que não.