Lula já faz Bolsa ter perda bilionária
A reação dos mercados na última quinta-feira (10) provocou outras tantas reações de tudo quanto é tipo.
Em resposta ao discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Bolsa brasileira descolou do exterior, mas não da forma positiva como até então vinha fazendo. Pelo contrário: enquanto os mercados internacionais disparavam com otimismo em relação aos juros dos Estados Unidos, o Ibovespa registrou a maior queda diária desde 7 de setembro do ano passado, e o dólar subiu para quase R$ 5,40, um movimento brusco que não acontecia desde março de 2020, com o estouro da pandemia.
A queda acentuada ocorreu desde a abertura do mercado, às 10h, mas foi intensificada após as falas de Lula pela manhã. O petista questionou a concentração do debate econômico em torno de temas como a estabilidade fiscal e afirmou que há gastos do governo que precisam ser observados como investimento.
A frase “É preciso ter teto de gastos?” arrepiou a espinha de investidores. A leitura é que Lula, ainda vestido de bravatas de campanha, rechaçou o controle das contas públicas e separou responsabilidade fiscal de responsabilidade social, provocando perdas bilionárias em valor de mercado.
O medo virou pânico quando o nome do ex-ministro Guido Mantega foi confirmado na equipe de transição, no grupo que vai recriar o Ministério do Planejamento, guichê do Tesouro Nacional e quem executa o Orçamento. Mantega, que foi ministro de Lula e Dilma, foi apontado como o responsável pela adoção da nova matriz econômica que colocou o Brasil na pior crise em décadas, em 2015 e 2016.