Politicagem

Esquerda herbívora e o 5TF tupiniquim

Quando até a esquerda herbívora, que ainda preserva um pouco do pudor liberal democrata, começa a achar que há alguma coisa errada com o autêntico despautério jurídico que tomou conta do 5TF tupiniquim, é porque a coisa extrapolou todos os limites aceitáveis. Leiam o ótimo artigo de thaís Oyama:

“Pedro Serrano é alguém que jamais poderia ser descrito como um simpatizante do bolsonarismo. Jurista respeitado, professor de Direito Constitucional da PUC-SP e doutor em Direito de Estado, ele se notabilizou como uma das vozes mais influentes da esquerda no meio jurídico nacional.

Ontem, assinou um artigo intitulado “Manter Anderson Torres preso é antecipar eventual punição”. O texto, publicado na versão online da Folha em colaboração com o advogado Fernando Hideo Lacerda, vem tendo grande repercussão entre advogados, e também nos tribunais.

Artigos relacionados

Nele, Serrano diz que a manutenção da prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro é um “ato de barbárie incompatível com o direito penal constitucional” por deturpar os fundamentos da prisão preventiva e antecipar a punição do acusado. Torres é suspeito de ter sido conivente com os ataques de 8 de janeiro. (…)

O que Serrano, por fineza, não disse é que a decisão em questão foi tomada por Alexandre de Moraes, o ministro do Supremo Tribunal Federal cujas ações há muito vêm causando um surdo constrangimento, inclusive, entre seus pares.

Escudado pela auto-atribuída missão de preservar a qualquer custo a democracia ameaçada, Moraes foi aplaudido quando afastou do cargo o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, sem que esse pedido tenha sido feito por nenhum órgão de investigação.

Da mesma forma, muita gente achou bonito quando o ministro — contrariando a orientação do Ministério Público— decidiu manter encarcerados preventivamente investigados pelos ataques de 8 de janeiro; quando determinou a suspensão de perfis de redes sociais por ameaças a ministros do STF; e quando autorizou operação de busca e apreensão na casa de empresários que tinham tido conversas (privadas) de teor golpista no WhatsApp.

À parte a grita bolsonarista e outras vozes pouco audíveis, ninguém se atreveu a contestar o ministro nessas ocasiões. Moraes testa limites, não encontra obstáculos e segue em frente.

Na semana passada, ele indeferiu o pedido de soltura de Anderson Torres alegando que o ex-secretário havia demorado quase cem dias para entregar à polícia as senhas para acessar seu celular e emails — argumento que, para Serrano e muita gente que preferiu não dizer isso em voz alta, invoca a prática da tortura. Nesse caso, executada por um juiz que impõe ao investigado o sofrimento da prisão porque ele se recusa a produzir provas contra si mesmo.

Colocar-se em defesa dos direitos de alguém como Anderson Torres, como fizeram Pedro Serrano e Fernando Hideo Lacerda, é tarefa que exige coragem. Mas não fazê-lo corresponde a pôr em prática a doutrina do Direito Penal do Inimigo, do alemão Gunther Jakobs, segundo a qual as garantias e direitos fundamentais não devem se estender àqueles que o Estado considera inimigos.

O argumento de que a emergencial ameaça ao estado democrático de direito justificaria a extrapolação de limites legais ignora o fato histórico de que é justamente nos momentos de crise que os precedentes mais perigosos são criados.

E se as crises passam, os precedentes ficam.

O Brasil já teve más experiências com salvadores da pátria. Não precisa de justiceiros.”

Fonte
Redes Sociais

Edição

TODOS os artigos publicados nesse Website, são copiados de outras plataformas. Nenhum é de autoria própria. Esses artigos são usados apenas para conhecimento e/ou debate. O dMIX BRASIL é uma plataforma particular, independente e um hobby, apenas. Repudiamos Fake News. Qualquer ERRO que seja encontrado neste site, por favor, nos informar para que a correção seja feita imediatamente. Por favor, não confundam erro, com fake news.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo