Comunismo e similares

Subversão ideológica – o atalho a um estado totalitário

por Yuri Bezmenov

Como a teoria da subversão ideológica, relatada por Yuri Bezmenov, ajuda a elucidar os métodos utilizados pelos partidários da Revolução Cultural, o despertar de um estado totalitário e a consequente asfixia das liberdades individuais.

Yuri Bezmenov é um ex-agente da KGB, serviço secreto da antiga União Soviética. Sua existência sob uma outra roupagem, mais “globalista”, ainda é defendida por muitos estudiosos. Analisando-se as recentes movimentações da Rússia e uma manifestação mais evidente e crescente do movimento eurasiano, não é algo difícil de acreditar. Afinal, quanto mais poderoso e onipresente é um órgão, mais ele terá a força de negar sua própria existência.


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Mas não é sobre a KGB ou o eurasianismo que escrevo hoje, e sim sobre as táticas que um Estado totalitário usa para erradicar a liberdade de seus cidadãos. A importância do tema advém do fato de que a compreensão desse processo e a vigilância constante são altamente necessárias para resguardar nossos direitos naturais. Uma condição que ninguém devia desejar perder.

Yuri Bezmenov, a subversão ideológica e a Revolução Cultural

Bezmenov, após sua deserção para o Ocidente, ficou famoso nos anos 80 por revelar tais estratégias, mas é solenemente ignorado por quase toda a mídia na análise política.

Tenho insistido em meus textos nesse blog que em diversos países existem grupos no poder que não respeitam a liberdade individual e a “democracia” tal como entendemos hoje, mas agem silenciosamente na construção da Revolução Cultural. E há uma conivência assustadora da sociedade com essa situação.

Difundida no século passado por Antonio Gramsci, a Revolução Cultural semeia nas pessoas premissas como a inevitabilidade da presença permanente do Estado em suas vidas. Impede, entretanto, que elas percebam que tal crença as levarão fatalmente à supressão de sua própria autonomia.

Yuri Bezmenov apresenta essas técnicas empregadas por esses grupos através do conceito de “subversão”. Independente do nome utilizado, o objetivo é a manipulação cultural e psicológica das massas propiciando o estabelecimento de regimes revolucionários.

As estratégias utilizadas pela Revolução Cultural

Bezmenov elucidou as estratégias de subversão ideológica utilizadas pelos partidários da Revolução Cultural. O conceito negativo de subversão não é percebido, entretanto, pelos seus agentes.

Existe um método muito eficaz de assimilação, através da manipulação de ideias e das palavras (recordar aqui de George Orwell e de seu termo duplipensar pode ajudar tal percepção para quem se dá o tempo e o trabalho de observá-la – Yuri Bezmenov considerava-se, inclusive, um novo Winston Smith, protagonista do romance 1984).

Segundo ele, os subversores principais não são os bandidos que queimam ônibus. Gramsci já havia percebido que o meio belicoso para se atingir tais fins não era o mais eficiente. Os subversores podem estar ocultos sob as atividades de um jornalista, um professor ou um astro da mídia.

Tais agentes, vendidos como o lado bem-intencionado da sociedade, possuem o aparato estabelecido como moral e legal para subverter as mentes. Mentes que, a cada consentimento, reforçam ainda mais o poder do agente manipulador.

O ponto-chave do sucesso dessa manipulação, contudo, é garantir que tais agentes não possuam plena consciência do papel que representam. Talvez os leitores já tenham ouvido o termo “idiotas úteis”.

Como fantoches, são, ao mesmo tempo, manipuladores e manipulados, e usam o seu capital social para canalizar as piores influências na sociedade que os venera.

Veremos como se dá esse processo.

As etapas da subversão ideológica

1) A desmoralização da sociedade

A primeira etapa compreende o trabalho através de um tempo suficiente para educar ao menos uma geração de estudantes (15 a 20 anos), estabelecendo e construindo sua mentalidade e sua personalidade, que refletirá adiante, em um modelo mental necessário à revolução.
Caetano black block e seu papel na subversão ideológica e no estado totalitárioArrependeu-se depois, mas apoiou os black blocks. Mas mesmo assim, não aprendeu nada.

Os “idiotas úteis” citados anteriormente, são os agentes principais utilizados para os ataques aos conceitos de autorresponsabilidade, à crença e à família. São esses famosos “inteligentinhos”, para usar um termo de Pondé, travestidos com um senso moral dentro da sociedade, os mais efetivos instrumentos para a transformação das mentes. Para isso, utilizam vários meios como o sistema educacional ou a mídia, onde a opinião pública é formada e moldada.

O apoio ao feminismo, ao politicamente correto, a grupos como blackblocks, MST, MPL, ao desarmamento civil, o suporte à irracionalidade que se transformou a ideologia de gênero, raça e religião, enfim… Tudo isso colaborará com a transposição da lei e da ordem e a inversão da ética e da moral.

2) A desestabilização do sistema

No passo seguinte, a inversão de valores assume seu protagonismo. Com as mentes já amaciadas, é fácil criar um valor, rotulá-lo como o lado do “bem” e considerar todos aqueles que não compactuem com esse valor, como pessoas do lado do “mal”. A divisão da sociedade, em raças, classes e direitos, é intensificada. Discursos como “nós” e “eles” tornam-se populares, com grande aplauso das massas. O maniqueísmo beira à loucura. Algo soa familiar nos últimos anos de nosso país?

Inicia-se o ataque das instituições e a desorganização econômica, com a necessidade de atacar o sistema político e social clamando por “reformas”. Cria-se uma situação onde os acordos deixam de ser o objetivo final para tornarem-se confrontos, quase sempre através da agressão moral das liberdades individuais. Tais embates são vistos como necessários pela sociedade, consentidos pela etapa anterior da subversão ideológica: a desmoralização do sistema social estabelecido.

A desestabilização do sistema alcança enfim o aparelhamento das instituições, onde é criada uma estrutura de poder e corrupção com o objetivo de financiar e propagar ainda mais a Revolução Cultural, inclusive para outros Estados. Novamente, leitor, isso soa familiar nos últimos anos de nosso país?

3) A etapa da crise

Segue-se assim, a etapa de crise, onde a estrutura imoral anteriormente edificada sobre a corrupção nos órgãos de poder inicia sua degradação ética. É o momento de implantar estruturas de poder paralelas, como comitês não eleitos. Quem conheceu o Decreto 8.243 outorgado pelo PT há pouco tempo e posteriormente derrubado na Câmara percebeu a estratégia.

O custeio governamental para a Militância de Ambientes Virtuais é outra forma de suporte à revolução. Se o poder total lhes é negado pela “democracia”, as autoridades principais procuram de todas as formas, estabelecer um poder paralelo. O Brasil esteve, até o impeachment, nesse terceiro estágio: o balanço de poder alternava-se constantemente.

4) A normalização

Em função da extensão da terceira etapa de crise e do imenso caldo cultural que foi implantado nas mentes das pessoas dos últimos anos, o sucesso da Revolução Cultural ainda é plenamente possível. A população dividida procura um salvador, cujo sucesso pode manifestar-se sob qualquer manto que leve palavras dóceis para as pessoas.

A implantação de uma nova ordem seria a consolidação da última etapa da subversão: a normalização, ironicamente entendida como o restabelecimento da sociedade. À força, naturalmente. E com os meios de exploração do país ampliados.

A Venezuela encontra-se exatamente nesse estágio atualmente, com o ditador tentando dar o golpe final com uma nova constituinte. Esperamos que a população resista. No Brasil, até a definição de um presidente com a força necessária para definir o rumo que seguiremos, ficaremos em estado de espera.

Sabemos, porém, quem são os agentes mais interessados na implantação de uma ditadura do povo. Semana passada, o PT e outros partidos vermelhinhos ratificaram o apoio à ditadura de Nicolas Maduro. Alcançou-se um ponto em que a implantação da revolução não é mais algo oculto. Só continua desconhecido para quem realmente não quer compreender a situação.

Yuri Bezmenov e seus vídeos – Conclusão

Os vídeos completos de Bezmenov estão agrupados nesse link do You Tube e são excelentes para entender a fundo como os conceitos de subversão ideológica dão suporte à Revolução Cultural. Em alguns deles, o responsável pela edição do vídeo relacionou-os com alguns momentos que vivemos há pouco tempo no Brasil. Pela internet, é fácil achar fragmentos de tais palestras e entrevistas, caso o leitor não possua muito tempo.

Porém, é revelador como ele explica muitos pontos que antecedem as subversões e revoluções, entre eles:

  • como a substituição da responsabilidade individual por uma tal de responsabilidade coletiva, capitaneada pelos burocratas do governo, com o aumento crescente de seu poder;
  • como os órgãos e as instituições públicas, que deveriam servir as pessoas, servem à consolidação de uma supremacia ainda maior;
  • como o relativismo cultural corrói, dia a dia, os pilares éticos da sociedade;
  • como a ideologia revela que os desejos de mudar o mundo não está sustentado na liberdade individual, mas simplesmente, são investidas para uma maior dominação;
  • como a igualdade deveria ser entendida como um direito às mesmas oportunidades e não como uma condição de existência;
  • como a violência não poderia justificar uma suposta justiça social.

Meu objetivo não é estender ainda mais o artigo, pois desejo incentivar a visualização do vídeo, que é uma aula de racionalidade. É um discurso realizado de forma didática e principalmente, com uma análise de ambos os lados da moeda.

Sou crítico em alguns aspectos, principalmente quando ele defende algum grau de intervenção externa em países em crise e na supressão de direitos de grupos específicos, uma vez que não concordo com a generalização de rótulos.

Não atingir uma situação que hoje vive nossa vizinha Venezuela depende, entretanto, de uma absorção maior da razão no seio da sociedade. Eliminar toda essa bagagem que foi ensinada nas escolas e universidades nas últimas 3 ou 4 décadas, infelizmente, não é algo trivial.

Porém precisamos oferecer informação para que ao menos, uma parte da sociedade entenda todo esse jogo político que culmina na implantação da revolução cultural, não sendo somente um fantoche ou vítima do processo. E que sempre lembrem que a base de tudo, é a preservação de nossa liberdade individual.

Fonte
Viagem Lenta

Edição

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