Bancos europeus desabam, puxados por Credit Suisse e temor no sistema financeiro global
Reguladores e os executivos das empresas têm tentado deixar os investidores menos temerosos, mas não têm conseguido
As ações dos bancos europeus ampliam suas quedas nesta manhã com o temor de sobre o mercado de crédito e a liquidez globais após a crise dos bancos nos Estados Unidos. O banco com as ações mais pressionadas é o Credit Suisse, que vem enfrentando problemas desde 2022.
As ações do Credit Suisse, negociadas em Zurique, caíam por volta de 20%, puxando o índice bancário europeu para um recuo de mais de 6%. Os papéis ainda chegaram a entrar em leilão. Banco Nacional Saudita, que tem participação no Credit, disse que não irá dar mais ajuda financeira ao banco.
Em Paris, o BNP Paribas caía 11% enquanto o Societe Generale recuava 12,6%. Em Frankfurt, o Commerzbank caía 10,1% e o Deutsche Bank caía 8,5%.
Reguladores e os executivos das empresas têm tentado deixar os investidores menos temerosos, mas não têm conseguido.
A agência de classificação de risco Moody’s revisou na terça-feira perspectiva sobre o sistema bancário dos EUA de “estável” para “negativa”. De acordo com a agência, há riscos elevados para o setor.
Por que o Credit Suisse está em queda?
A crise com o SVB disparou o sinal de alerta em todo o mercado de capitais global. O temor com a saúde do setor bancário é grande, mas chega a ser mais grave com o Credit Suisse, que desde o ano passado enfrenta dificuldades.
Na terça-feira, 14, o Credit Suisse afirmou ter encontrado “fraqueza material” em seus balanços e descartou o pagamento de bônus a executivos após o pior desempenho anual da instituição desde a crise financeira global. Desde 2022, o banco já vem fazendo cortes de custos, o que incluiu fechamento de postos de trabalho.
Em 2021, o banco sofreu uma perda de R$ 5,5 bilhões, relacionada ao fundo Archegos Capital Management. Na última semana, a Securities and Exchange Commission (SEC), que é a CVM dos EUA, apresentou questionamentos sobre a evolução do fluxo de caixa de 2019 e 2020.