Lulismo

Gilberto Gil: Lei Rouanet e péssimo Ministro

Artigo do O GLOBO Julho 2008

RIO – A saída de Gilberto Gil do Ministério da Cultura suscitou sentimentos variados entre os leitores do Globo na internet. Houve declarações de admiração, alguns agradecimentos, muitas críticas e atitudes de repulsa à gestão do artista durante cinco anos no governo Lula. Em pesquisa feita pelo site, 53% dos internautas declararam péssima a administração do ex-ministro. Do total de exatos 600 votos, 18% consideraram a atuação regular, enquanto 16% acharam ótima e 13%, boa.

Extra: “Caetano Veloso e Gilberto Gil devem pagar mais de R$ 3 milhões em multas por irregularidades na Lei Rouanet” [Maio 2019]

Extra:Na CPI da Lei Rouanet, Deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) aponta erro grave cometido pelo ex-ministro Gilberto Gil”.

Na seção Opine (leia todas as opiniões enviadas), muitos leitores criticaram a atuação de Gil como músico durante sua gestão no MinC. “O certo é um ministro de Estado com dedicação integral à pasta”, escreveu José Marcos Goulart Marinho. Para o internauta Josenildo Batista Correia da Silva “ficar dividido com a politica e sua carreira musical não dá”: “Ou uma coisa ou outra”, escreveu. José Luiz Valentino ironizou: “Serviu para trampolinar a carreira artística que, aparentemente, já havia acabado”, escreveu.

Muitos outros leitores fizeram críticas duras ao ex-ministro. João Gomes do Amaral achou a gestão “omissa”. “A obra do Gil é maravilhosa, mas ele perdeu uma única oportunidade de fazer história na música brasileira. Ele, melhor que qualquer um sabe do problema nas rádios e TVs para executar uma música se o artista não pertencer a uma gravadora. Por que ele sabendo disso não assinou alguma coisa, por exemplo, determinando que as rádios deveriam incluir em suas grades de programação, 15 ou 20% de novos artistas”, disse o internauta.

Rafael Portugal criticou a declaração de Gil no início do mandato sobre o baixo salário de ministros:

“Um insulto à nação e aos brasileiros que sonham um dia ter ao menos um salário digno. Passou a maior parte do tempo viajando, tocando e cantando. Era o próprio bobo da corte lulista”.

“Por mais que tivesse boa intenção ao assumir o ministério, esbarrou na tradicional falta de verbas”, ponderou a leitora Elvira Akchourin do Nascimento. “Ele acertou ao privilegiar a cultura popular (frevo, capoeira, pintura corporal dos índios, cultura afrodescendente), mas errou ao negligenciar a cultura dita ‘de elite’. Gil era mais popular no exterior do que aqui no Brasil. Fez bem em se afastar do ministério antes que sua imagem de músico ficasse comprometida”.

Amauri Ernani Vieira acha que Gil poderia ter feito muito mais, já que é um artista. “Não fez nada para desburocratizar a Lei de Incentivo à Cultura, e mais que isso, utilizou esses mesmos recursos da Lei em causa própria e de amigos. Depois de um longo debate sobre a Lei Rouanet, nada aconteceu, e ela continua hoje exatamente como estava antes do Gil ocupar esse cargo. Palmas ao Gil, agora que sai de cena, pena que não teve essa idéia a cinco anos atrás. Nós, artistas, teríamos ganhado muito”.

“Honestamente ele foi como o Pelé é e outras celebridades, apenas o menino propaganda do governo Lula no exterior”, afirmou Jorge Marcos Barros.

O internauta Valdir Magalhães Caldas brincou com a canção “Super-Homem”, de Gil: “Um dia vivi a ilusão de que ser ministro bastaria… Ilusão, com muita personalidade…Valeu Gil”, despede-se o leitor do ministro/cantor.

Fonte
O GLOBO

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