Conhecimento

Poluição e Cidadania

MSc Francisco Valls de Moraes - Biólogo e Perito Judicial

A poluição é geralmente consequência da atividade humana e é causada pela introdução de substâncias (ou de condições), que normalmente não estão no ambiente ou que nele existem em pequenas quantidades.

Poluente é o detrito introduzido num ecossistema não adaptado a ele, ou que não suporta as quantidades que são nele introduzidas. Dois exemplos de poluentes: o gás carbônico (CO2) e fezes humanas.

O CO2 das fogueiras do homem primitivo não era poluente, já que era facilmente reciclado pelas plantas. O mesmo gás, hoje produzido em quantidades muito maiores, é poluente e contribui para o agravamento do conhecido “efeito estufa”. Fezes humanas que são jogadas em pequena quantidade numa lagoa podem não ser poluentes, por serem facilmente decompostas por micro-organismos da água. Em quantidades maiores, excedem a capacidade de reciclagem da lagoa e causam a morte da maioria dos organismos; neste caso, são poluentes.

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As cidades estão sufocadas, o fenômeno conhecido como inversão térmica, bastante frequente em grandes metrópoles, traz sérios problemas de saúde à população. Normalmente, as camadas inferiores de ar sobre uma cidade são mais quentes de que as superiores e tendem a subir, carregando as poeiras em suspensão. Os ventos carregam os poluentes para longe da cidade grande. No entanto, em certas épocas do ano, há fatores que favorecem o fato de camadas inferiores ficarem mais frias que as superiores. O ar frio, mais denso, não sobe; por isso, não há circulação vertical e a concentração de poluentes aumenta. Se houver falta de ventos, um denso “manto” de poluentes se mantém sobre a cidade por vários dias.

A maior poluição causada nas águas ainda hoje é feita através do derramamento de petróleo nos mares, prejudicando a fotossíntese, por interferir na chegada de luz ao fitoplâncton e afetando as cadeias alimentares marinhas.

O acúmulo de certos detritos inertes, como poeiras e argilas, também interfere na transparência da água do mar, de rios e de lagoas e, portanto, compromete a realização da fotossíntese.

O despejo de esgoto no mar pode tornar as praias impróprias para o banho, transformando-as em fontes de contaminação por vírus e bactérias. Esgoto orgânico, doméstico ou industrial, lançado nas águas de rios ou lagoas, acabam “matando” o ecossistema local.

A água quente usada em usinas atômicas, quando lançada nos rios ou nos mares, diminui a solubilidade do O2 na água; isso afeta os organismos sensíveis à diminuição do oxigênio.

O despejo de substâncias não-biodegradáveis, como detergentes, não sofre ataque de organismos decompositores e permanecem muito tempo nos ecossistemas, formando montanhas de espuma em rios poluídos.

Sais de chumbo, níquel, cádmio, zinco ou de mercúrio despejados pelas indústrias propagam-se pelas cadeias alimentares aquáticas, intoxicando os organismos e, por conseguinte, o homem.

A chuva ácida é uma das principais consequências da poluição do ar. As queimas de carvão ou de derivados de petróleo liberam resíduos gasosos, como óxidos de nitrogênio e de enxofre. A reação dessas substâncias com a água forma ácido nítrico e ácido sulfúrico, presentes nas precipitações de chuva ácida.

Os poluentes do ar são carregados pelos ventos e viajam milhares de quilômetros; assim, as chuvas ácidas podem cair a grandes distâncias das fontes poluidoras, prejudicando outros países. O solo empobrece e a vegetação fica comprometida. A acidificação prejudica os organismos em rios e lagoas, comprometendo a pesca.

Desmatar leva à destruição dos ecossistemas e à extinção das espécies que neles vivem. A ciência identificou até hoje cerca de 1,4 milhões de espécies biológicas. Desconfia-se que devam existir 30 milhões ainda por identificar, a maior parte delas em regiões como as florestas tropicais úmidas. Calcula-se que desaparecem 100 espécies a cada dia, por causa do *desmatamento mundial.

A cada segundo, nascem três novos habitantes em nosso planeta. Hoje, existem quase 8 bilhões de habitantes. A população humana está crescendo em 100 milhões de pessoas por ano, o que significa mais um bilhão de pessoas para a próxima década. 90% desses nascimentos ocorrem em países subdesenvolvidos e os pesquisadores acreditam que até o ano 2150, poderemos chegar a quase o dobro da população atual.

O crescimento das populações humanas aumenta terrivelmente a gravidade dos problemas que a Terra já enfrenta. Eis alguns deles:

  • Maior necessidade de energia – Por enquanto, gerar energia leva a um aumento da poluição (queima de combustíveis como petróleo ou carvão), ou a destruição de ecossistemas (construção de hidrelétricas), ou ainda a riscos de contaminação por radiação (usinas atômicas). Métodos menos poluentes, como energia solar, energia eólica e o uso do hidrogênio como combustível, poderão resolver o problema.
  • Mais bocas para nutrir – Implicando maior produção de alimento e, portanto, necessidade crescente de terras agriculturáveis, às custas de mais desmatamento. Buscando um aumento na eficiência da produção de alimentos, os produtores brasileiros buscaram a modernização da mecanização utilizada na agricultura, levando uma menor degradação do solo. Além disso, a utilização de adubos e produtos químicos mais ecológicos diminuíram a poluição do solo e dos lençóis freáticos.
  • Maior pressão de consumo – Gera maior demanda de recursos naturais não-retornáveis, como os metais e o petróleo. Além do esgotamento precoce desses recursos, mais resíduos serão produzidos, intensificando a poluição: o homem poderá afogar-se no seu próprio lixo!

Os raios ultravioleta, presentes na luz solar, causam mutações nos seres vivos, modificando as moléculas do DNA. No homem, o excesso dos raios ultravioleta pode causar câncer de pele. A camada de gás ozônio (O3), existente na estratosfera, é um eficiente filtro de ultravioleta. O ozônio forma-se pela exposição de moléculas de oxigênio (O2) à radiação solar ou às descargas elétricas. Nas últimas décadas, constatou-se a presença de um grande buraco na camada de ozônio logo acima do Pólo Sul; este buraco tem aumentado a cada ano, chegando à extensão da América do Norte, onde se verificou que a camada de ozônio também está diminuindo de espessura acima do Pólo Norte. Sabe-se que os maiores responsáveis por esta destruição foram os gases chamados CFC (clorofluorcarbonos), e que ainda são utilizados nos dias de hoje em muitos países.

Estas substâncias são usadas como gases de refrigeração, em aerossóis (spray) e como matérias-primas para a produção de isopor. Os CFC se decompõem nas altas camadas da atmosfera e acabam por destruir as moléculas de ozônio, prejudicando assim a filtração da radiação ultravioleta.

Um provérbio indígena questiona se: “somente quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe, poluído o último rio, é que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro”.

“A paz, o desenvolvimento e a proteção do meio ambiente são interdependentes e inseparáveis”.

Há uma ligação íntima entre três fatores principais: a Política, a Economia e a Ecologia, que devem caminhar juntos. Não pode haver paz no planeta e nem proteção ao meio ambiente, se a pobreza continuar existindo em tantas regiões. Os países ricos consomem os recursos naturais de forma exagerada; por isso, são os que mais poluem. Cabe a eles uma parcela importante nos esforços para se conseguir um desenvolvimento sustentado, pelas tecnologias de que dispõem e pelos recursos financeiros que deverão investir.

Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade para melhorar suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é nunca se esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania deve ser divulgada através de instituições de ensino e meios de comunicação para o bem estar e desenvolvimento de nossa nação.

A cidadania consiste desde o gesto de não jogar papel na rua, não pichar os muros, respeitar os sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim como todas às outras pessoas), saber dizer obrigado, desculpe, por favor, e bom dia quando necessário. Até saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, o direito das crianças carentes e outros grandes problemas que enfrentamos em nosso país.

A revolta é o último dos direitos que um povo deve buscar para garantir sua liberdade e os interesses coletivos: mas é também o mais imperioso dos deveres impostos aos cidadãos.

Senhores cidadãos, não permitam que a ideia de que somos desinteressados da realidade em que vivemos se prolifere: levantem, lutem e combatam. Enquanto houver uma criança passando fome não se pode falar em felicidade, enquanto tivermos no judiciário, pessoas desonestas e descumpridoras da Carta Magna, não teremos liberdade e, muito menos, cidadania. Conquistem seu título honroso de cidadão combatendo as atrocidades políticas e judiciais que hoje se alastram por cada canto de nossa sociedade. Através da cidadania e da liberdade é que iremos alcançar uma melhor qualidade de vida humana.

*Brasil é o país que mais preserva suas florestas.

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