Surto coletivo de ansiedade faz crianças se cortarem com lâmina de apontador
A escola estadual de Jarinu, interior de São Paulo, relatou um surto coletivo de ansiedade após crianças se cortarem com lâmina de apontador no banheiro e na sala de aula. Elas relataram solidão e tristeza aos pais.
O caso começou com duas alunas que se cortaram e em seguida, outros sete, com idades entre 11 e 12 anos, também se automutilaram, segundo a Secretaria Estadual de Educação. As crianças são alunos do sexto e sétimo ano do Ensino Fundamental.
Uma das meninas relatou, acompanhada da mãe, que os cortes foram uma forma de lidar com a tristeza que ela sentia por ficar sozinha.
“Eu achava que me machucar, de qualquer maneira, podia aliviar aquela dor que eu senti”, disse a menina. Outra aluna relatou que ela e os colegas que se cortaram tinham problemas com tristeza e na família.
No dia 30 de março, quando tomou conhecimento da situação, a escola notificou a secretaria, que informou que fará acompanhamento psicológico nessas crianças.
Ansiedade no Recife
Esse não é o único caso recente. Quase 30 estudantes foram socorridos por ambulância depois de uma crise de ansiedade coletiva no Recife, no dia 8 de abril.
Alunos de uma escola estadual passaram mal e alguns desmaiaram. Eles foram socorridos por equipes do Samu.
O protocolo de atendimento de múltiplas vítimas chegou a ser acionado pelo Samu, devido a quantidade de adolescentes em crise. Os estudantes tiveram que ser atendidos no local mesmo e ninguém precisou ir para o hospital.
Após a pandemia de Covid-19, foi feito um mapeamento pelo Governo de Pernambuco. Em 2021, 69% dos estudantes da rede estadual que responderam relataram sintomas de depressão e ansiedade. A taxa representa mais de 440 mil alunos, entre crianças e adolescentes.