A guerra de um só exército – Brigadeiro Jaime Sanchez
Caímos de joelhos mais uma vez, vencidos pela covardia dos oprimidos e pela ousadia cada vez mais arrogante dos opressores togados.
Desta feita o alvo foi o Legislativo, que teve seu santuário desonrado ao abrir mão da independência e ignorar a imunidade de um dos seus membros, subjugado pelas dívidas de muitos parlamentares com a justiça e a prática atual de eleger marionetes para o seu comando, normalmente também com contas a ajustar, exatamente para que possam ser manipulados à vontade por magistrados e por seus pares.
O deputado Daniel Silveira irá a julgamento no dia 10 de abril.
Tão rápido assim? Mas e os casos de todos os Renans engavetados, quando irá?
Qual o critério para o estabelecimento da pauta de julgamentos?
A propósito, ontem assisti um filme que me transportou diretamente para a conjuntura política atual no Brasil: “o advogado do diabo”.
Numa cena crucial para o enredo, um exitoso advogado de defesa, famoso por nunca ter perdido uma causa para inocentar autores de crimes hediondos, “filho” de satanás, pergunta ao seu “pai” a razão para ele ter escolhido a lei como arma para eliminar o bem da face da terra.
Sua resposta é contundente e digna de entrar para os anais da atual Suprema Corte brasileira: “a lei permite fazer tudo, vitória após vitória, até o cheiro da podridão chegar aos céus”.
Estamos em guerra, mas apenas o exército inimigo está combatendo enquanto, o nosso, o dos patriotas, está covardemente escondido no fundo das trincheiras, esperando por um cessar fogo que só virá após a derrota, e de lá sairemos subjugados pelos grilhões de um regime comunista ou, na melhor das hipóteses, para ver o País chafurdar novamente no atoleiro da corrupção institucional generalizada.
Mais uma vez vimos promessas nas redes sociais de manifestações importantes no dia 31 de março, contra o nefasto sistema que nos oprime, e nada aconteceu.
Em vez disso, caímos deprimidos no 1º de abril! Como naquela brincadeira que fazemos todo ano para enganar os trouxas.
Semelhante ao que ocorreu no 7 de setembro, alimentamos a esperança de uma manifestação definitiva, nos termos da “Marcha da família com Deus pela liberdade”, quando TODA a sociedade reagiu fortemente contra o perigo do comunismo que nos espreitava.
Os caminhoneiros, mais uma vez, decepcionaram. Rugiram como o rei das selvas e prometeram um comboio gigante saindo do sul no dia 27, arrebanhando pelo caminho jipeiros, clubes de motocicletas, carros particulares, caravanas de ônibus, em um grande comboio patriótico rumo a Brasília, sob o slogan “nada e ninguém vai colocar o brasileiro de joelhos”.
E cá estamos nós de joelhos ralados e a alma incrédula com mais este fiasco.
Foi apenas mais um “acabou, porra!”
A única ação concreta que conheço dessa classe, que ruge ferozmente nas redes sociais, foi a paralização do País, em maio de 2018, contra aumento do diesel, que nada teve de nacionalismo ou patriotismo. Foi uma ação egoísta, antipatriótica, que prejudicou o País, a população, os empresários em geral, sendo eles e os empresários do transporte viário os únicos beneficiários.
Em vez disso, bastaria um caminhão de cada empresa transportadora para cercar a praça dos três poderes e o Congresso Nacional em formação cerrada, não para ameaçar sua segurança ou atacá-los verbalmente, mas para demonstrar o repúdio da sociedade, ali permanecendo indefinidamente, até que sejam julgados em seções transmitidas ao vivo, em cadeia nacional, todos os processos contra os criminosos do colarinho branco e os impeachments engavetados.
Seguramente o prejuízo para as empresas seria infinitamente menor e menos danoso que uma paralisação nacional e poderia ser rateado entre os empresários envolvidos.
A cada fracasso, estimulamos a combatividade e revigoramos no inimigo a certeza da vitória.
Enquanto nossas armas são os discursos desacreditados, as ameaças vãs e as postagens agressivas
insinuantes nas redes sociais e no YouTube, os generais do exército inimigo estão na frente de batalha e utilizam as togas, as câmeras, as tribunas do Congresso, os shows, os organismos nacionais e internacionais de “direitos humanos”, para burlar a Constituição, denunciar, difamar, insuflar, mentir, prender os nossos soldados e libertar correligionários ilegalmente.
Nessa toada, muito em breve estaremos ressarcindo o produto do roubo por eles devolvido por força da operação lava Jato, como ocorre com as indenizações dos anistiados da revolução democrática de 1964.
A ORDEM DO DIA alusiva ao dia 31 de março, do Ministro da Defesa, ao enfatizar e exaltar o cenário de 1964, injeta no seu encerramento talvez a última dose de esperança que nos resta: “Cinquenta e oito anos passados, cabe-nos reconhecer o papel desempenhado por civis e por militares, que nos deixaram um legado de paz, de liberdade e de democracia, valores estes inegociáveis, cuja preservação demanda de todos os brasileiros o eterno compromisso com a lei, com a estabilidade institucional e com a vontade popular”.
Resta saber quando e quem irá materializar esse compromisso antes que seja tarde demais.