8 bilhões de habitantes no mundo: você está preparado para o que virá?
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Há pouco tempo chegamos ao impressionante número de 8 bilhões de habitantes em nosso planeta. Esse número, obviamente, tende a permanecer crescendo, fato que traz grandes preocupações às autoridades, porém deveria trazer preocupações às pessoas comuns, sobretudo por serem estas as mais afetadas pelo aumento populacional.
Com base no World Population Prospects 2022, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Índia irá superar a China em número de habitantes ainda em 2023.
A população global está crescendo em um ritmo mais lento desde 1950, apresentando uma queda de 1% em 2020. As últimas projeções das Nações Unidas indicam que a população mundial deve chegar a 8,5 bilhões em 2030 e 9,7 bilhões em 2050. A estimativa é de que a população atinja um pico de cerca de 10,4 bilhões de pessoas durante a década de 2080 e permaneça neste nível até 2100.
Demografia.
Antes de prosseguir com a matéria, precisamos observar alguns fatos importantes sobre o histórico recente do aumento demográfico na Terra.
Passamos, segundo apontamentos da própria ONU, de 1,6 bilhão de habitantes no início dos anos 1900 para os atuais 8 bilhões. O crescimento populacional teve bom rendimento até os anos de 1960 (taxa de 2,2%) onde atingiu seu pico. A partir daí, seja por motivos culturais, econômicos, religiosos, fatores contraceptivos ou outros quaisquer, a verdade é que há um decréscimo gradual na taxa de aumento da população.
Então, chegamos à marca impressionante de 8 bilhões de pessoas. Ao observarmos o mapa geográfico, aparentemente temos espaço suficiente para todos, porém a distribuição dessa população é tão desigual quanto a taxa de natalidade. Há regiões superpovoadas, enquanto outras são praticamente desabitadas. Em tese, os problemas serão maiores nas regiões com maior índice de pessoas, fato comprovado pelas estatísticas urbanas e outros fatores que fazem parte do crescimento acelerado.
Idosos.
Um dos pontos cruciais sobre o crescimento populacional é o fenômeno da longevidade cada vez maior, inclusive em muitos países subdesenvolvidos. Acrescentemos a isso os avanços médicos, a mudança comportamental dos próprios idosos e a qualidade de vida que – em muitos países – aumentou consideravelmente.
Para exemplificar, vejam quais são os cinco países com maior expectativa de vida:
- Japão – 84,8 anos
- Suíça – 83,7 anos
- Espanha – 83,5 anos
- Itália – 83,4 anos
- Austrália – 83,2 anos
Todos esses países têm uma ótima qualidade de vida para seus habitantes, têm bons sistemas de saúde, educação, segurança e outros vários fatores que dão mais conforto aos que envelhecem e, claro, auxiliam nessa longevidade. Acrescentemos a isso a tecnologia – que a cada dia auxiliar no prolongamento da vida das pessoas – e a própria conscientização dos idosos quanto aos cuidados com a própria saúde (física e mental). Contudo há outros pontos que vêm junto à longevidade do povo: um sistema de previdência sobrecarregado, o sistema de saúde fica cada vez mais inflado – e menos eficiente -, as pessoas mais jovens passam a ser “cuidadoras” de seus idosos, entre outros. Famílias com idosos têm despesas altas com medicamentos, mesmo que uma parte deles seja fornecida pelo governo.
Metrópoles.
Por termos uma distribuição irregular de pessoas pelo globo, muitas áreas são superpovoadas. Nessas localidades, os índices de violência são grandes, a desigualdade é visível, os recursos públicos são mais escassos (ou insuficientes para o número de usuários) e a qualidade de vida tende a cair. Como exemplo, tomemos a cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, localidades onde o cidadão comum (que se vale do transporte público) passa em média uma hora, uma hora e meia no ônibus ou outro transporte até chegar ao trabalho ou voltar para sua residência. Em alguns casos, o tempo pode ser maior, o que indica que uma pessoa pode passar, por dia, de três a quatro horas “preso” no transporte público. Isso é perda da qualidade de vida…
A superpopulação também afeta a educação. Em um sistema presencial público, onde a quantidade de alunos aumenta visivelmente e o número de professores não cresce na mesma proporção, temos salas de aula lotadas, porém com uma qualidade de ensino menos efetiva, principalmente por não haver tempo suficiente para que os educadores dediquem-se a cada um dos alunos. Ou a educação é deficitária para todos ou é melhor para alguns poucos que – na visão do educador – são mais dedicados e merecem atenção maior.
Novamente, segundo estimativa da ONU, estas são as dez cidades mais populosas do mundo:
- Tóquio, Japão – 37,8 milhões de habitantes
- Délhi, Índia – 30,3 milhões de habitantes
- Xangai, China – 27,5 milhões de habitantes
- São Paulo, Brasil – 21,8 milhões de habitantes
- Mumbai, Índia – 21,0 milhões de habitantes
- Cidade do México, México – 21,0 milhões de habitantes
- Pequim, China – 20,4 milhões de habitantes
- Osaka, Japão – 19,3 milhões de habitantes
- Cairo, Egito – 18,8 milhões de habitantes
- Dhaka, Bangladesh – 17,9 milhões de habitantes
Mesmo nas cidades com melhor qualidade de vida (Tóquio, Pequim, São Paulo), o superpovoamento gera problemas que prejudicam a população em alguns aspectos, sendo o número grande de habitantes de rua, os números dos furtos e roubos, a ausência de habitação para todos, a ineficiência das redes de esgoto, o atendimento ruim dos transportes públicos, a poluição, a pouca capacidade dos serviços médicos, o aumento das doenças por causa da alta concentração de pessoas, entre outros mais que tornam a vida nesse lugares difícil. Não há como dissociar uma metrópole ou uma megalópole dos problemas que esse tipo de localidade comumente apresenta. E isso tende a piorar conforme as pessoas se deslocam de suas localidades de origem para lá, principalmente por causa da busca por melhores salários, condições de vida e tudo que a suposta vida em uma localidade assim pode propiciar.
Localidades “abandonadas”.
Alguns países têm áreas extremamente povoadas, porém há nesses lugares áreas que são praticamente abandonadas. Um dos melhores exemplos é o Canadá, cujo governo faz de tudo para trazer estrangeiros e povoar essas regiões com baixa densidade demográfica.
Esse problema é gerado pelo interesse da população em deslocar-se e morar em áreas urbanas cujo potencial financeiro e qualidade de vida são, em tese, melhores. Entretanto, isso cria áreas praticamente ermas que têm potencial e não são aproveitadas, além de gerar um problema estratégico no que diz respeito à segurança nacional. O mesmo fenômeno citado no Canadá acontece em outros países do mundo, inclusive no Brasil.
Desigualdade e violência.
O aumento populacional gera problemas tão complexos quanto o desemprego, a poluição e outros característicos desse fenômeno. A desigualdade é um destes traumas oriundos da superpopulação, enquanto a violência também se destaca por causa desse quadro populacional cada vez mais complexo.
Não há segurança pública que seja presente ao ponto de termos uma redução real da violência urbana. Áreas com grandes contingentes populacionais são violentas em sua essência, fato que ganha mais vulto quando há um sistema legislativo e jurídico permissivo e garantidor.
Por outro lado, a desigualdade é um problema praticamente inevitável, visto que não haverá emprego para todos, as habitações são extremamente diferentes entre as classes sociais e há o fato de que as crises inflacionárias e quaisquer entraves relacionados ao tema afetam, de igual modo, ricos e pobres. Claro que as sequelas de uma inflação galopante são mais sentidas pelos pobres, mas isso não significa que os mais abastados sairão incólumes de uma crise financeira, apenas para exemplificar.
Todos são afetados.
8 bilhões de pessoas. Esse é um marco que mostra o quanto o avanço tecnológico (e tudo que o acompanhou), desde a Revolução Industrial, modificou a paisagem urbana do planeta. Há pontos positivos, certamente, porém há pontos negativos que geram preocupação e tornam o futuro uma dúvida perene.
Vimos alguns dos principais fatores problemáticos desse aumento exponencial da população da Terra. Há projeções de novos aumentos que apontam a possibilidade de chegarmos a 10 bilhões de pessoas no ano de 2080, ainda que sem garantias de igualdade, progresso ao alcance de todos e sem uma ocupação capaz de desafogar os grandes centros urbanos.
As soluções podem surgir com os avanços da tecnologia e com a vontade de líderes do mundo inteiro. Cooperação, planejamento, estabelecimento de diretrizes capazes de diminuir a desigualdade… são muitas as fórmulas para evitar um futuro caótico que os tempos atuais apontam. Contudo, sem um planejamento e sem a vontade política de quem realmente pode decidir, o futuro será preocupante e atingirá a todos.