20 FATOS sobre o Comunismo
O comunismo é amplamente reconhecido como um regime responsável pelo caos humanitário onde foi adotado. Porém, alguns acontecimentos receberam menos atenção ao longo da história, caindo no esquecimento.
1. Os planos quinquenais não serviam de nada
O Gosplan era o órgão central planejador da economia soviética, responsável pelos famosos planos quinquenais. Mas, apesar de serem frequentemente aclamados, estes foram inúteis.
Em tese, os planos definiam as metas e as prioridades de produção no bloco econômico. Mas, na prática, estes mal eram implementados, pois passavam por várias revisões, sendo, muitas vezes, ignorados.
Por outro lado, esse não era um resultado inesperado, afinal, a real função do Gosplan era ajudar Josef Stalin a monitorar melhor seus amigos e inimigos.
O órgão evitava tomar decisões, porque o fracasso de uma única deliberação poderia significar condenação ao pelotão de fuzilamento.
2. As Grandes Purgas de Stalin
Em 1934, foi iniciado na União Soviética (URSS) um movimento de repressão política, cujo objetivo era afastar da sociedade qualquer um que Stalin considerasse como “inimigo do povo”.
Um termo amplo e subjetivo. Dessa forma, havia permissão para perseguir, acusar e condenar qualquer suspeito de dissidência ou de ser contrarrevolucionário.
A ideia do ditador com as Grandes Purgas, como ficou conhecido o movimento, era remover qualquer dissidência dentro do partido. Assim como, eliminar as influências de Vladimir Lênin e Leon Trótski.
Devido a uma crescente insatisfação popular, fruto da coletivização dos campos, Stalin passou a encarar antigos aliados como potenciais líderes de uma “contrarrevolução”.
O NKVD — uma espécie de polícia secreta soviética — foi responsável por iniciar a perseguição formal contra “os inimigos do povo”. Bem como, pela condução de todo o “processo legal” do que ficou conhecido como “Processos de Moscou”.
As Purgas também atingiram as forças militares soviéticas:
- 13 dos 15 comandantes das forças armada.
- 8 dos 9 almirantes da marinha soviética.
- 50 dos 57 comandantes de corpos de exércitos.
- 154 dos 186 comandantes divisionais.
As Grandes Purgas afetaram a capacidade ofensiva do exército soviético. Fator que colaborou para o sucesso da Operação Barbarossa — invasão nazista de 1941.
Em diferentes momentos, todos os três chefes que o NKVD teve ao longo de sua existência: Genrikh Yagoda, Nikolai Yezhov e Lavrentiy Beria foram julgados, condenados e executados.
Mas, antes disso, durante a Era Yezhov no NKVD, mais de 1,5 milhões de pessoas foram detidas. E, cerca de 650 mil foram executadas, registrando uma média de mil execuções por dia.
6% da população total da URSS foi direta ou indiretamente afetada pelas Purgas, totalizando 8 milhões de pessoas que tiveram seu nome referido em processos judiciais.
3. Holodomor não é um mito anticomunista, é fato histórico
O “holocausto ucraniano” é chamado de Holodomor, palavra que significa “morrer de fome”. Foi por meio desse genocídio que Stalin buscou reprimir o país onde houve maior oposição à coletivização da agricultura.
Na Ucrânia existia, inclusive, um forte movimento nacionalista, que pedia a emancipação da URSS. Para sufocar essa dissidência, a propaganda soviética começou a retratar os camponeses ucranianos como inimigos da revolução.
A ideia incutida era de que a população da Ucrânia escondia comida, enquanto os trabalhadores das indústrias se sacrificavam para construir um novo mundo socialista.
O governo stalinista estipulou metas de produção e entrega de cereais, que só poderiam ser cumpridas caso os ucranianos parassem de se alimentar. O intuito era claro: acabar com o movimento nacionalista matando os opositores por inanição.
Para tal, o governo soviético confiscou toda a comida estocada, bem como, outros alimentos — incluindo raízes, pequenos animais e grãos.
Além disso, as pessoas foram proibidas de saírem de sua região para procurarem comida. Uma linha militar foi, inclusive, estabelecida ao redor da fronteira ucraniana para deter fugitivos.
De 1929 a 1930, a exportação ucraniana de grãos saltou de 2,6 milhões de toneladas para 48,4 milhões de toneladas. Nos dois anos seguintes, o volume permaneceu acima de 50 milhões por ano.
O número de mortes durante o Holodomor cresceu exponencialmente até que os alimentos simplesmente acabaram. Apenas em 1933, cerca de 7 milhões de pessoas morreram.
Países vizinhos à Ucrânia até ofereceram ajuda humanitária, mas Stalin recusou de forma veemente. Afinal, ele precisava negar a existência deste genocídio, assim como hoje ainda fazem alguns defensores do comunismo.
4. Atrasar no trabalho era assunto do Código Penal na URSS
Stalin sabia que as pessoas não tinham incentivos para se empenhar na economia soviética. Portanto, para reverter essa situação, o partido optou por aplicar a força bruta como estímulo aos soviéticos.
Aqueles que faltasse um único dia de trabalho ou chegassem mais de 20 minutos atrasados, poderiam acabar na cadeia. A condenação por esses crimes eram: penas de seis meses de trabalhos forçados ou o corte de 25% da remuneração.
Entre 1940 e 1955, um terço da população adulta — cerca de 36 milhões de soviéticos — foi condenado por ser “indolente”. Aproximadamente, 15 milhões foram presos e 250 mil fuzilados.
5. Para a URSS, até a matemática tinha que se render ao regime
Em 1937, o censo da URSS contabilizou 162 milhões de soviéticos, contrariando a projeção de 180 milhões feita por Stalin. A discrepância refletia as grandes fomes e os expurgos do começo da década de 30.
Consequentemente, o ditador deportou os organizadores do censo para a Sibéria ou os matou, não há como saber ao certo. No entanto, o fato foi noticiado pelo jornal soviético Pravda à época:
“Inimigos do povo deram instruções erradas aos trabalhadores do censo, o que causou uma subcontagem da população. Mas a valente NKPD, sob o comando de Nikolai Yezhov, destruiu o ninho de cobras entre os estatísticos”
Uma vez que, o censo de 1937 estava “errado”, Stalin ordenou a realização de um novo, cujo resultado apontou existirem 170 milhões de soviéticos em 1939.
6. O suporte à URSS era baseado no medo
Quando o nome de Stalin era anunciado em eventos, como em espetáculos teatrais, as pessoas aplaudiam durante dezenas de minutos. Afinal, ninguém queria ser o primeiro a deixar de aplaudi-lo, pelo risco de ser considerado um traidor.
7. A cortina de ferro do comunismo enganou os acadêmicos
Ao final da década de 1970, ainda havia economistas renomados que consideravam a planificação “capaz de proporcionar emprego pleno e estabilidade de preços”.
Muitos também acreditavam que o regime seria capaz de injetar na população até “motivações altruístas”. Ou seja, a crença dominante era de que o socialismo era o futuro de fato.
Não à toa, um dos livros didáticos mais utilizados nas faculdades de economia era de Paul Samuelson, vencedor do Nobel de 1970. Durante a Guerra Fria, o economista previa a iminente preponderância econômica da União Soviética.
Na edição do livro de 1961, constava uma projeção de que a economia soviética ultrapassaria a norte-americana até 1984.
Mesmo contra as evidências, Samuelson não desistiu de sua previsão de que o PIB soviético excederia o dos Estados Unidos. Em 1980, o economista revisou sua análise, apostando que isso ocorreria até 2012.
Contudo, o que de fato ocorreu foi o colapso do bloco econômico. Em 1989, o Muro de Berlim foi derrubado e, ao final de 1991, a URSS foi oficialmente dissolvida.
8. No comunismo, o crescimento é insustentável
Entre 1928 e 1960, a renda nacional da URSS cresceu, em média, 6% ao ano. Porém, este crescimento era ineficiente e artificial, afinal, o atraso tecnológico do país em relação à Europa e aos Estados Unidos era enorme.
Apesar disso, o desempenho positivo dos anos iniciais da União Soviética fez com que, em 1956, Nikita Khrushchov se vangloriasse em um discurso a diplomatas ocidentais:
“Vamos enterrar vocês”, se referindo às economias capitalistas.
9. O comunismo destrói todo país em que é implementado
Até 1973, as economias das Coreias do Sul e do Norte eram equivalentes. Mas, tudo mudou quando uma delas abraçou o socialismo e a outra adotou o livre mercado.
10. Pessoas que vivem em regimes comunistas tem menor estatura
Os norte-coreanos possuem entre 3 e 8 centímetros a menos de estatura do que os cidadãos da Coreia do Sul, onde em média possuem 1,73 m.
Segundo o pesquisador Daniel Schwekendiek, o motivo é a falta de comida. Afinal, não há tanta variação entre as duas populações, para culpar fatores genéticos.
11. A educação é monitorada de perto pelo regime
Atualmente, todas as aulas lecionadas na Coreia do Norte são gravadas para controlar o que é transmitido aos alunos. Há diversos temas proibidos, como a internet e os aspectos da vida fora da península.
12. O harém dos ditadores comunistas
Enquanto 40% da população norte-coreana, incluindo o exército, sofre com desnutrição, doenças e parasitas, Kim Jong-un mantém um harém para sua diversão.
Mas isso não é novidade entre os ditadores comunistas. Muito antes, Mao Tse Tung também tinha um, apesar de a população chinesa comer casca de árvore para não morrer de fome na época.
Em suma, não há nada mais desigual do que uma ditadura comunista.
13. Na China, pessoas são tratadas como rebanho
Ao longo dos anos, a liberdade individual dos cidadãos chineses sofreu diversas limitações. Por lá, o governo decide até quantos filhos uma família pode gerar.
A ditadura chinesa também implementou um sistema de ‘pontuação social’ que funciona de acordo com suas condutas em sociedade, para punir ou beneficiar os cidadãos.
Além disso, o governo Chinês pode decidir em que local você deve morar: há passaportes internos que impedem a população chinesa de se deslocar de uma cidade para outra.
Em 2019, 23 milhões de pessoas foram impedidas de viajar no país, pois estavam “no vermelho” de acordo com o Sistema de Crédito Social.
14. Seu corpo, regras do Partido
Em primeiro lugar, Cuba é um dos poucos países em que o tráfico de drogas é punido com pena de morte atualmente.
Além disso, se hoje boa parte da esquerda defende o fim da guerra às drogas, essa não era a bandeira do maoísmo. O líder comunista chinês se orgulhava por ter combatido a venda de ópio por meio da execução de todos os vendedores.
15. A arte para o comunismo é propaganda ou subversão
Há registro de vítimas do comunismo que morreram pelo crime de cantar músicas “ocidentais” no Camboja. Além disso, muitos músicos foram exilados porque gostavam de rock.
Na URSS, bandas como Iron Maiden, AC/DC e The Beatles eram proibidas por serem consideradas subversivas e fascistas. Portanto, um rockeiro precisava recorrer ao contrabando para ouvir música no país.
Contar histórias de amor são proibidas na Coreia do Norte. Por esse motivo, a população nunca ouviu falar de Shakespeare. E, diversos músicos cubanos também foram censurados pelos irmãos Castro, como Célia Cruz, Gloria Estefan e Paquito D’Rivera.
16. O comunismo despreza a natureza humana
No diário de Che Guevara consta sua crença de que a natureza humana é maleável. Segundo ele, diferentes comportamentos poderiam ser ensinados de acordo com o espírito revolucionário.
Além disso, para o guerrilheiro, o socialismo tinha o poder de “curar comportamentos e doenças sociais”.
Durante décadas, ser gay em Cuba significou ir para campos de concentração ou para o famoso “paredão”.
Em 1971, homossexuais foram proibidos de ocupar cargos público e a sodomia constava no Código Penal Cubano até 1979. E, beijos entre pessoas do mesmo sexo eram punidos com cadeia por atentado ao pudor até 1997.
Por fim, não poderia faltar o exemplo da URSS. Mais de 50 mil homossexuais foram condenados a trabalhos forçados na União Soviética entre 1934 e 1992, graças ao comunismo.
17. O socialismo não defende minorias
Embora a maior parte da população cubana seja negra, pouquíssimos representantes assumem cargos políticos. Além disso, os negros também são minoria em cargos de prestígio, como os de professores universitários.
18. Para o comunismo, a revolução importa mais do que a justiça
Em todos os países em que o socialismo foi implementado, nunca existiu nada sequer semelhante aos direitos humanos.
Princípios milenares como o direito à ampla defesa, ao contraditório, ao devido processo legal, a habeas corpus ou a um mínimo de dignidade, sempre foram negados aos infratores da lei.
Em suma, tudo o que existe é o interesse político e tudo o que importa é como as instituições podem ser moldadas, para servir ao partido que governa.
Che Guevara, quando foi chefe dos Tribunais Revolucionários, afirmou:
“Não demorem com esses julgamentos. Isso é uma revolução: provas são secundárias. Temos de agir por convicção”.
Na ocasião, Che nomeou como juiz Orlando Borrego, um rapaz de 23 anos, sem qualquer formação jurídica. Um de seus auxiliares, o advogado José Vilasuso, escreveu sobre os julgamentos da época:
“Os fatos eram julgados sem nenhuma consideração aos princípios de justiça”.
19. A Venezuela apoiou o comunismo
Em 1999, Hugo Chávez se aproveitou da popularidade referente ao início de seu mandato, para convocar uma Assembleia Constituinte.
Naquele ano, uma nova constituição foi escrita e seus aliados políticos ocuparam 92% dos 131 assentos. Foi aí que a democracia venezuelana começou a morrer.
20. Mas, logo depois se arrependeu
Em 2005, o governo venezuelano criou uma lista negra e perseguiu todos que assinaram um pedido de referendo para tirar Chávez do poder.
Esse documentou incentivou ataques a rivais políticos e foi utilizado para demitir funcionários públicos e excluir empresários opositores de licitações governamentais.
Já em 2017, o então presidente, Nicolás Maduro, estava à beira do precipício. Pesquisas mostravam que ele tinha apenas 10,9% de popularidade e que 8 em cada 10 venezuelanos pediam por sua renúncia.
Ao perceberem esse cenário favorável, a oposição liderou intensos protestos populares contra o ditador. No entanto, por meio de uma nova constituinte fraudada, Maduro conseguiu se manter no poder.
Além disso, mesmo em meio às manifestações mais sangrentas, o ditador promovia eventos públicos, nos quais discursava calmo, fazia piadas e até dançava.
*Luan Sperandio é Diretor de Conteúdo do Ideias Radicais